Fonte: Astrologia e Arte de Rose Villanova
Link: https://astrologiaearte.blogspot.com.br/2015/12/2016-fim-de-um-ciclo-mundial-de-36-anos.html
Gravuras por Rose
Villanova
Segundo a tradição astrológica, cuja origem
se perde no tempo, um determinado planeta governa por um período de 36 anos.
Isto significa que de 36 em 36 anos vivemos sob a dinâmica de um planeta e suas
características irão imprimir seu tom por todo aquele período.
Desde 1981 estamos sob o domínio do Sol, o
que significa que o espírito de brilho pessoal, egocentrismo, necessidade de
marcar a individualidade no mundo têm permeado nossas consciências. Esse
período tem seu término em 2016.
2016 é um ano importantíssimo, pois além de
encerrar todo um ciclo planetário, pela numerologia, é um ano nove, número que
também indica final de ciclo.
Todos os finais de ciclo veem acompanhados de
perdas e renúncias. Nos últimos 36 anos, pudemos ver o individualismo (Sol)
crescer a proporções exponenciais. Creio que nunca antes ouvimos tanto a
palavra EU. Meus direitos, minhas escolhas, meus desejos, minhas
necessidades... eu, eu, eu, meu, meu, meu. Tudo parece que girou em volta do
indivíduo, com ou sem razão para tal. As selfies publicadas em redes sociais é
o exemplo mais pronto e acabado desse símbolo do egocentrismo que nos tem
permeado.
O Sol tem a ver com a criança e, por
conseguinte, com a “criança interior” de cada um, que não por acaso tem sido
explorada e trabalhada em uma gama de teorias do autoconhecimento. Também,
nunca a criança foi tão valorizada quanto nos últimos tempos, tudo é feito por
e para as crianças até o limite do mimo exagerado e a incapacidade dos pais de
colocarem limites aos filhos. Dormem a hora que querem, e podem quase tudo,
interferindo de maneira questionável no mundo dos pais e dos adultos ao redor.
Para que possam entender o que tem acontecido
ao Zeitgeist dos últimos trinta e seis anos é interessante conhecermos os
atributos do Sol, na astrologia.
Qualidades solares: vontade, decisão,
propósito, intenção, criação. O modo de exprimir a energia criativa, a
identidade própria, necessidade de ser reconhecido, de canalizar a sua vontade
e a afirmação do Eu. O impulso de criar, de ser, de poder, de comandar, de ser
consciente. É o senso de individualidade, de irradiação, é a nossa intenção.
Expressões negativas das qualidades solares:
orgulho, ostentação, dominação, abuso de poder, egotismo, elogio exagerado a si
mesmo, exaltação pessoal, esnobismo, presunção, ambição exagerada, prepotência,
autoritarismo, orgulho.
As
expressões negativas acontecem sempre que as qualidades intrínsecas do planeta
extrapolam os limites. No caso do Sol, podemos dizer que o resumo da expressão
negativa solar é o que os gregos chamavam de hübris, que significa; a
arrogância perante os deuses.
O Sol é o centro do nosso sistema planetário.
Ele dá a vida, mas também queima e cega. Todo excesso é destrutivo. Por
estarmos há trinta e seis anos “treinando” nosso Sol pessoal, estamos no auge
da necessidade de sermos o centro das atenções. Viramos mesmo, criancinhas
muito mimadas e tudo nos ofende e nos convida a lutar por nossos “direitos
individuais”. Em 2017 chega Saturno e começa a colocar os limites e veremos um
movimento radicalmente oposto às características solares; a dissolução do ego.
Entraremos em um período de menos ego e mais responsabilidade. Rigor,
severidade, responsabilidade, justeza, dentre outros atributos são de domínio
do planeta Saturno, a obrigação de ser feliz, de ser o cara, de se destacar por
qualquer coisa estará em baixa para dar lugar a mais seriedade, mais
competência, e menos egolatria. Para ganhar fama e destaque muito terá que se
trabalhar.
Esse tempo em que vale qualquer coisa desde
que se “apareça na fita” dará lugar a mais responsabilidade e rigor nos feitos,
mais seriedade e amadurecimento nos atos.
O Deus de amor e bondade, que está sempre
pronto para atender o desejo dos seus filhos, dará lugar a um Deus mais
exigente, que pedirá de seus filhos não mais orações arrebatadas, mas filhos
mais maduros e responsáveis por seu amadurecimento espiritual. Mais trabalho e
menos oba-oba. O Deus que dá será substituído pelo Deus que cobra. As religiões
evangélicas (as que mais vendem esse Deus que serve aos que nele creem) cairão
em declínio ou, mudarão o discurso.
2016, como foi dito é um ano chave, no
sentido literal da palavra: fecha e abre portas. Tanto por sua característica
astrológica quanto numerológica. Será um ano em que as características solares,
elencadas acima serão vividas à exaustão – é, além do mais, um ano governado
pelo Sol - e, portanto, as características negativas do símbolo estarão mais
exacerbadas para então sermos “castigados pelos deuses por nossa hübrys” e
então nos recolhermos à nossa insignificância e pararmos com essa banalidade
vaidosa e vulgar do culto à persona.
Em 2016 seremos desafiados a nos desapegarmos
de tudo aquilo que na verdade não tem consistência para então vivermos o
próximo período, sob Saturno. Será um ano muito duro, de muito teste aos
governantes vaidosos e centralizadores. Lhes será exigido mais respeito,
seriedade, responsabilidade e talvez uma volta ao conservadorismo possa
acontecer. Saturno é o velho, a tradição, o passado.
A farra do vale tudo, desde que se tenha 15
minutos de fama, a partir de 2016 vai aos poucos se acabando. A tal arte
contemporânea que teve sua máxima representação no círculo de “humanos” metendo
o dedo no fiofó do parceiro da frente dará lugar a uma arte mais fina, mais
rigorosa, mais séria e competente.
Até para mim, que escrevo esses prognósticos,
me custa acreditar que esse comportamento está nos seus estertores. Me custa
crer que essa egoidolatria possa se modificar, mas aguardemos... somos muito
pequenos para racionalizar os desígnios dos tempos.
Claro que o ciclo solar não teve apenas as
características negativas do planeta. Nos desenvolvemos como indivíduos,
conquistamos muitas coisas no aspecto pessoal, aprendemos a nos valorizar mais
como pessoas, independentemente da cor da pele, da raça, do sexo e do lugar
pessoal na escala social. Aprendemos a cuidar mais e melhor de nós mesmos e a
nos respeitar mais como indivíduos, a não engolir sapo por lebre, a nos
posicionarmos mais pelo que somos e somos capazes de ser e de criar.
Porém estamos prestes a entrar na fase de
menos ego e mais rigor.
Para entendermos o ciclo que iniciaremos a
partir de 2017, é preciso conhecer as características de Saturno:
Gravuras por Rose
Villanova
Qualidades saturninas: perseverança,
paciência, firmeza, constância, resignação, segurança, solidão. O valor mais
alto, a função social, o dever. Responsabilidade, reserva, experiência,
seriedade, limitação, restrição, parcimônia, abnegação, o esforço contínuo, a
construção, o envelhecimento, o esforço disciplinado, a aceitação dos deveres e
das responsabilidades, a cristalização, a sabedoria e o respeito.
Expressões Negativas das qualidades
saturninas: limitação, severidade, frieza, depressão, dogmatismo. Sombrio,
temeroso, avaro, pessimista, cético, melancólico, exigente, indiferente,
impotente, reservado, covarde, lento, pesado, restritivo.
O novo ciclo que se inicia a partir de 2017
sem dúvida nenhuma trará mais contenção, mais limitações, menos abundância,
menos superficialidade e mais profundidade. Menos exuberância e mais
limitações. Porém, para quem viveu à exaustão o ciclo do faço o que quero doa a
quem doer, creio que teremos anos de não posso tudo o que quero, pois, minha
liberdade termina onde começa a do outro. Isso é Saturno: o limite.
Que ele venha e que seja bem-vindo.